Aprendi
desde criança
que
é melhor me calar
e
dançar conforme a dança
do
que jamais ousar.
mas
às vezes pressinto
que
não me enquadro na lei:
minto
sobre o que sinto
e
esqueço tudo o que sei.
Só
comigo ouso lutar:
sem
me poder vencer,
tento
afogar no mar
o
fogo em que quero arder.
De
dia caio minh’alma.
Só
à noite caio em mim:
por
isso me falta calma
e
vivo inquieto assim.
Antônio Cícero, em Guardar: Poemas Escolhidos
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