Condenado
a ser exato,
quem
dera poder ser vago,
fogo-fátuo
sobre um lago,
ludibriando
igualmente
quem
voa, quem nada, quem mente,
mosquito,
sapo, serpente.
Condenado
a ser exato
por
um tempo escasso,
um
tempo sem tempo
como
se fosse o espaço,
exato
me surpreendo,
losango,
metro, compasso,
o
que não quero, querendo.
Paulo
Leminski
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