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— Fomos
uns cinco pescar — conta-nos o amigo que há muito não
encontrávamos. Tinha comprado um molinete e, segundo nos confessou,
desde menino sonhava em ter o seu próprio molinete. Por isso aceitou
o convite.
Quando
o encontramos, às 11 horas da noite de sábado, estava cansadíssimo
e queria ir dormir. Mesmo assim contou como foi a pescaria.
— Eles
me convidaram dizendo que estava dando muito pampo na Barra da
Tijuca. Passaram lá em casa às 7, me pegaram e saímos para comprar
isca.
Ficaram
comprando isca e lá pelas 9 horas entraram num bar para tomar um
negócio porque estava ameaçando chuva e era preciso precaução. Às
11 horas, saíram do bar e tinha um camarada na porta vendendo siris.
—
Vivos?
— perguntamos:
Nosso
amigo diz que sim e que, por isso mesmo, era preciso preparar.
Ninguém levava comida para a pescaria e, portanto, até que seria
bom cozinharem uns siris para fazer o farnel.
Na
casa de um dele, a cozinheira foi avisada de que chegariam dentro em
pouco com uma centena de siris para preparar. E de fato chegaram, lá
pelas duas da tarde.
Foi
tudo muito rápido. Às 5 horas os siris estavam prontinhos e todos
sentados em volta da mesa, para experimentar. Trouxeram umas cervejas
e foram comendo, foram comendo, até que chegou uma hora em que havia
mais siris do que fome. Resolveram tomar providências e telefonaram
para uns amigos.
—
Venham
comer siris.
Os
amigos chegaram com um violão e uma garrafa de uísque. Uísque vai,
uísque vem, deu fome outra vez. Eram oito horas quando a cozinheira
salvou a situação com uma panelada de carne-seca com abóbora. Uns
sirizinhos antes, como aperitivo, e todos caíram na carne-seca.
Então
deu vontade de cantar. Um lá pegou o violão, os outros suas caixas
de fósforo e começaram a lembrar sambas antigos.
E
nosso amigo, ainda com o caniço e o molinete na mão, confessa:
— Saí
de lá agora.
— E
a pescaria?
—
Pescaria?
Que pescaria?
Stanislaw
Ponte Preta, in 10
em humor
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