sábado, 28 de novembro de 2020

Poema sobre absorvências no totalmente perplexas de Guimarães Rosa

Ah, pois, no conforme miro e vejo,
o por dentro de mim,
Segundo o consentir
dos desarrazoados meus pensares,
é o brabo cavalo em as ventas arfando,
se querendo ir,
permanecido apenas no ajuste das leis do bem viver comum,
por causa de uma total garantia se faltando em quem m’as dê.
Ad’formas que em tréguas assisto e assino
e o todo exterior desta minha pessoa recomponho.
Porém chega o só sinal mais leve
de que aquilo ou isso é verdadeiro
pra a reta eu alimpar com o meu brabo cavalo.
Ara! que eu não nasci pra permanência desta duvidação,
mas só pra o ser eu mesmo, o de todo mundo desigual,
afirmador e consequente, Riobaldo, o Tatarana.
Ixi!

Adélia Prado

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