Tendo
por berço o lago cristalino,
Folga
o peixe, a nadar todo inocente,
Medo
ou receio do porvir não sente,
Pois
vive incauto do fatal destino.
Se
na ponta de um fio longo e fino
A
isca avista, ferra-a inconsciente,
Ficando
o pobre peixe de repente,
Preso
ao anzol do pescador ladino.
O
camponês, também, do nosso Estado,
Ante
a campanha eleitoral, coitado!
Daquele
peixe tem a mesma sorte.
Antes
do pleito, festa, riso e gosto,
Depois
do pleito, imposto e mais imposto.
Pobre
matuto do sertão do Norte!
Patativa
do Assaré
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