quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Cena carioca - VIII

Tô melhor obrigado. Um ministro chamado Tinoco me enche de esperança.
A frase da semana é do Sérgio Touro, diretamente do Bar da Maria:
- Meu irmão, tá tanto calor que quando eu abro o chuveirinho do bidê pra refrescar as partes, sem exagero, dá pia ouvir o tssssssssss...
Sei que vocês não vão acreditar, mas eu fui à praia. Juro. Dez da matina. Peguei o estojo de primeiros-socorros, vesti o colete à prova de balas, consertei minha máscara de oxigênio pra engarrafamento no Alto da Boa Vista e fui me divertir.
Porre no ar. Não me ofereci pra dirigir porque não sei. Nunca tive competência pra meter o chinelo naqueles pedais sem me abaixar pra conferir. Pior que a batida é a mudança no olho direito.
O compositor Moacyr Luz, que pilotava o Sinca em direção à Barra, parou umas dezessete vezes pra reabastece:. Vimos um 233 em cima de uma árvore e ajudei uma senhora em trabalho de parto: menina, quase quatro quilos, uma gracinha. Participei, na qualidade de alvo, de um tiroteio entre motoqueiros. Perto do Itanhangá, um guarda levou uma tremenda surra de onze assaltantes e revidou com a frase “Dessa vez passa, mas vocês estão na minha mira”. Um doberman num bugre vermelho enfiou a cabeça na janela do nosso carro e estraçalhou meus óculos celebrities.
Bom, chegamos! A barraca do Pepê não é tão animada assim. Pouca gente, apesar de o relógio marcar apenas 23 horas.
A vida noturna do Rio não é mais a mesma.
Aldir Blanc, in Brasil passado a sujo

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