Em
mil novecentos e oitenta e sempre,
ah,
que tempos aqueles,
dançamos
ao luar, ao som da valsa
A
Perfeição do Amor Através da Dor e da Renúncia,
nome,
confesso, um pouco longo,
mas
os tempos, aquele tempo,
ah,
não se faz mais tempo
como
antigamente.
Aquilo
sim é que eram horas,
dias
enormes, semanas anos, minutos milênios,
e
toda aquela fortuna em tempo
a
gente gastava em bobagens,
amar,
sonhar, dançar ao som da valsa,
aquelas
falsas valsas de tão imenso nome lento
que
a gente dançava em algum setembro
daqueles
mil novecentos e oitenta e sempre.
Tudo
é vago e muito vário,
meu
destino não tem siso,
o
que eu quero não tem preço,
ter
um preço é necessário,
e
nada disso é preciso.
Paulo
Leminski
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