quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Por que fazer poesia hoje?

Imagem: Google

Qual o sentido de escrever poemas em uma época e cultura que valorizam os bens de consumo, a cultura de massa, o mercado e a tecnologia, menos prezando os valores espirituais e a expressão artística?
Para que escrever poemas numa sociedade que vive uma profunda crise de valores, distante de qualquer ideia de humanismo?
A primeira resposta poderia ser muito simples: por teimosia, como resistência à barbárie. Porém, este não seria um argumento satisfatório, já que existem outras possibilidades, talvez mais eficazes, de reação, inseridas em movimentos sociais e tentativas de reconstrução de valores, como o recente diálogo entre a física, a ecologia profunda, o pacifismo e o budismo, que fazem pensar numa reordenação do pensamento, em resposta ao crescente utilitarismo de uma visão de mundo baseada no lucro e na vantagem pessoal imediata.
A segunda resposta, ainda mais simplista, porém com o mérito da sinceridade, é o da satisfação sensorial, o encantamento e prazer que a poesia nos provoca. Aqui, novamente, poderia ser levantada uma objeção, pois que há muitas outras formas de satisfação, talvez mais intensas do que o trabalho com a palavra, que exige alto rigor e disciplina.
Cláudio Daniel, in Por que fazer poesia hoje?

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