65.
Aquela divina e ilustre timidez que é
o guarda dos tesouros e dos regalia da alma.
Ah, mas como eu desejaria lançar ao
menos numa alma alguma coisa de veneno, de desassossego e de
inquietação. Isso consolar-me-ia um pouco da nulidade de ação em
que vivo. Perverter seria o fim da minha vida.
Mas vibra alguma alma com as minhas
palavras? Ouve-as alguém que não só eu?
Fernando Pessoa, em Livro do Desassossego
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