Nunca
consigo decidir
o
que escrever
nas
lápides de meus pais.
Sei
o
que ele quer: ele quer
amado,
o que por certo
vai
direto ao ponto, particularmente
se
contarmos todas
as
mulheres. Mas
isso
deixa minha mãe
a
descoberto. Ela me diz
que
isto não lhe importa
para
nada; ela prefere
ser
representada por
suas
próprias conquistas. Parece
pura
falta de tato lembrar aos dois
que
alguém não
honra
aos mortos perpetuando
suas
vaidades, suas
projeções
sobre si mesmos.
Meu
próprio gosto dita
precisão
sem
tagarelice;
eles são
meus
pais, consequentemente
eu
os vejo juntos,
às
vezes inclinado a
marido
e mulher, outras a
forças
opostas.
Louise Glück (tradução de Pedro Gonzaga)
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