quarta-feira, 18 de julho de 2018

O espião

Bem o conheço. Num espelho de bar, numa vitrina, ao acaso do footing, em qualquer vidraça por aí, trocamos às vezes um súbito e inquietante olhar. Não, isso não pode continuar assim. Que tens tu de espionar-me? Que me censuras, fantasma? Que tens a ver com meus bares, com os meus cigarros, com os meus delírios ambulatórios, com tudo o que não faço na vida?
Mário Quintana, in Melhores poemas

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