sexta-feira, 25 de abril de 2014

Tolerância

“Os homens comprazem-se com o brando som dos instrumentos musicais e com o canto dos pássaros; comprazem-se com o espetáculo dos animais a brincar e a divertirem-se, mas ficam aborrecidos se estes rosnam, bramem ou ficam irados. Mas quando veem que as suas próprias vidas são carrancudas, taciturnas, opressas, e perturbadas por paixões intérminas e altamente nocivas, por preocupações e aborrecimentos, não encontram trégua nem alívio para si próprios; como o poderiam? Não apenas isso, mas quando os outros os incitam a encontrá-los, não dão atenção nenhuma ao argumento cuja aceitação os capacitaria a tolerar o presente sem recriminação, a recordar o passado com gratidão e a enfrentar o futuro sem apreensão nem receio, mas com gaia e luminosa esperança.”
Plutarco, in Do Contentamento

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