quinta-feira, 18 de abril de 2024

Criatividade

Desconfiar da observação direta. Um romancista de lápis em punho no meio da vida — esse atento senhor acaba fazendo apenas reportagens. É melhor esperar que a poeira baixe, que as águas resserenem: deixar tudo à deriva da memória. Porque a memória escolhe, recria. Quanto ao poeta, que nunca se lembra, inventa. E fica mais perto da verdadeira realidade.

Mário Quintana, in Porta giratória

Nenhum comentário:

Postar um comentário