Café
coado.
Cafungo
minha dose diária de MURILO e DRUMMOND.
Lápis
de ponta fina.
Lá
detrás daquela serra
Estamparam
um desenho de TARSILA na paisagem.
Menino
que pega ovo no ninho de seriema.
Pessoas
sentadas nos bancos de calcário
Dão
a vida por um dedo de prosa.
Cada
vereador deposita na mesa da câmara
A
grosa de pássaros-pretos que conseguiu matar
Árdua
labuta pra hoje em dia
Pois
quase já não há
Pássaros-pretos
no lugar.
De
tarde gritaria das maritacas
Encobre
o piano arpejando o Noturno de CHOPIN.
Bêbado
escornado no banco da praça.
Orlando
Curió cisma um rabo de sereia do mar debuxado no lombo do seu
cavalo.
A
meia-lua
E
a estrela preta
De
oito pontas
Do
teto da igreja
Do
Rosário dos Pretos.
Que
luz desponta
Da
meia-lua
E
que centelha
Da
estrela preta de oito pontas
Do
teto
Da
igreja do Rosário dos Pretos?
Pra
quem aponta
A
luz da meia-lua
E
pra quem cintila
Preta
de oito pontas
A
estrela desenhada no teto
Da
igreja do Rosário dos Pretos?
Waly Salomão, em Antologia poética
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