quarta-feira, 20 de novembro de 2019

O icônico quadro As meninas, de Velásquez

A famosa obra-prima As Meninas (no original Las Meninas) foi pintada em 1656 pelo artista espanhol Diego Velázquez (1599-1660). Atualmente ela faz parte do acervo permanente do Museu do Prado, em Madrid (Espanha).
Vemos na tela um retrato de grupo super detalhado com a presença da princesa, dos reis, de alguns servidores do palácio e do próprio artista Velázquez.
Com um impressionante jogo de luz e sombra, As Meninas é um dos maiores quadros da pintura Ocidental e uma das grandes peças artísticas do século XVI.


Análise do quadro As Meninas
 
Observamos no quadro As Meninas (no original Las Meninas), pintado em 1656, o esforço do pintor espanhol para transmitir um sentido de realidade. A obra é considerada como pertencente ao estilo barroco.
Responsável por registrar as cenas palacianas, consagrado como pintor da corte do rei Felipe IV, o artista tinha um atelier que funcionava dentro do Alcázar de Madrid.

 

A multiplicidade de cenas e personagens dentro da pintura

Nessa grande tela composta por muitos detalhes assistimos várias situações se passando na mesma cena, é como se estivéssemos diante de muitos quadros dentro do quadro.
São também diversos os personagens registrados na pintura: as damas de companhia, os guardas, os acompanhantes, a princesa, os reis, o artista, dois anões e um cão de raça.
Repare como cada personagem olha para um espaço específico e possui uma postura corporal distinta, mostrando-se entretido com algum elemento externo.

O quadro como um registro da história

A maioria dos personagens são servidores palacianos, que são dispostos ao redor da princesa Margarita Teresa (filha de Filipe IV de Espanha). É ela, literalmente, o centro da tela, tudo se passa à sua volta.
Os pais da princesa, os reis Felipe IV e Mariana de Áustria, testemunham a cena, e podem ser vistos refletidos no espelho posicionado ao fundo da sala.
A tela registra um espaço específico e personagens historicamente reconhecíveis que realizam ações facilmente identificáveis.
A pintura de Velázquez nesse caso funciona como um registro da época ao fazer a representação do cotidiano palaciano, da animação envolvida naquele tipo de espaço e da relação entre as pessoas que circulavam no ambiente. Não por acaso, o primeiro nome que a tela recebeu foi A Família de Felipe IV, mas ela acabou por ser rebatizada de As Meninas.
s duas telas ao fundo da pintura também ratificam que se trata da sala palaciana verdadeira, que possui os quadros Minerva e Aracné de Rubens e Apolo e Pan de Jordaens como parte do seu acervo.
Por utilizar cenários reais e personagens que de fato existiram em contextos verificáveis, Velázquez apontado como responsável pela aproximação da pintura com a história.

 

O autorretrato de Velázquez

As Meninas se destaca também por apresentar um autorretrato do artista ao espelho, isto é, o espectador pode observar o pintor do próprio quadro na imagem, com o seu material de trabalho nas mãos.





Com uma paleta na mão esquerda e o pincel na mão direita, o artista é “flagrado” durante o seu ofício no seu local de trabalho, dentro do palácio.
Na sua roupa está registrada, na altura do peito, o símbolo da Ordem de Santiago. Segundo dados históricos, Velázquez recebeu o título de Cavalheiro da Ordem de Santiago depois de ter pintado o quadro, por isso o desenho provavelmente foi acrescentado à tela posteriormente.
É interessante sublinhar como o artista olha diretamente para o observador da tela, transformando-o, de certa forma, em protagonista.

Observação detalhada de As Meninas


1. A princesa

Ao centro da tela está princesa Margarita Teresa, filha primogênita de Filipe IV e Maria Ana de Áustria, reis de Espanha. Na ocasião da pintura a menina tinha cinco anos de idade.

2. Os reis

Ao fundo, refletidos no espelho, vemos Felipe IV e Maria Ana de Áustria, os pais da princesa. Por esse motivo, a pintura de Velázquez, de certa forma, é considerada (também) de um retrato de família.

3. As damas de companhia

A volta da princesa estão duas damas de companhia, uma delas serve uma bebida para a princesa dando a ver um pouco do dia a dia na corte. A da esquerda é Maria Agustina Sarmiento de Sotomayor, filha do conde de Salvatierra. A da direita é Isabel de Velasco, filha do conde de Fuensalinda.

4. O ambiente

Os quadros Minerva e Aracné de Rubens e Apolo e Pan de Jordaens, que aparecem na pintura de Velázquez, existiam, de fato, na sala da casa real.

5. Os anões

A anã alemã Mari Bárbola acompanhava a princesa desde o nascimento da menina. Nicolasito Pertusato era um anão que veio da Itália, serviu ao Palácio e nessa imagem provoca um cão de raça.

6. A guarda-mor

Dona Marcela de Ulloa era uma viúva (mãe do cardeal Portocarrero) e atuava como guarda-mor da princesa. Apesar de parecer estar vestida com um hábito de freira, na verdade se tratava de um manto de viúva muito usado na época.

7. O próprio Diego Velázquez

Trata-se de um autorretrato do pintor Diego Velázquez, que se insere na cena que pinta registrando o seu trabalho, com os materiais nas mãos.

8. José Nieto

Ao fundo da imagem vemos José Nieto. O homem, que não se sabe bem se está entrando ou saindo da sala, atuou na corte espanhola como camareiro da rainha.

9. Diego Ruiz Azcona

A figura ao lado da guarda-mor é das mais controversas do quadro, isso porque o biógrafo de Vélasquez não deixou claro nos seus relatos de quem se tratava propriamente. A suspeita é que o homem seja Diego Ruiz Azcona, escudeiro e educador dos infantes da Espanha.
Rebeca Fuks, in culturagenial.com – acessa a matéria completa aqui.

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