Ventos
poderosos que partem os galhos de novembro! – e o sol brilhante e
calmo, intocado pelas fúrias da terra, que abandona a terra à
escuridão e ao desamparo selvagem, e à noite, enquanto homens
tremem em seus casacos e correm para casa. E então as luzes dos
lares se acendem naquelas profundezas desoladas. Mas há as
estrelas!, que brilham no alto de um firmamento espiritual. Vamos
caminhar ao vento, absortos e satisfeitos em pensamentos maldosos, em
busca de uma repentina e sorridente inteligência da humanidade
abaixo dessas belezas abismais. Agora a fúria turbulenta da
meia-noite, o ranger de nossas portas e janelas, agora o inverno,
agora a compreensão da terra e de nossa presença nela: esse teatro
de enigmas e duplos sentidos e pesares e alegrias solenes, essas
coisas humanas na vastidão elemental do mundo açoitado pelo vento.
Jack
Kerouac, 12 de novembro de 1947
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