De
manhã a minha sombra
com
meu papagaio e o meu macaco
começam
a me arremedar.
E
quando eu saio
a
minha sombra vai comigo
fazendo
o que eu faço
seguindo
os meus passos.
Depois
é meio-dia.
E
a minha sombra fica do tamaninho
de
quando eu era menino.
Depois
é tardinha.
E
a minha sombra tão comprida
brinca
de pernas de pau.
Minha
sombra, eu só queria
ter
o humor que você tem,
ter
a sua meninice,
ser
igualzinho a você.
E
de noite quando escrevo,
fazer
como você faz,
como
eu fazia em criança:
Minha
sombra
você
põe a sua mão
por
baixo da minha mão,
vai
cobrindo o rascunho dos meus poemas
sem
saber ler e escrever.
Jorge de Lima, em Melhores poemas
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