Compositor criativo, instrumentista virtuoso, arranjador de
mão cheia. Não faltam adjetivos para qualificar o som que brota dos dedos de
Manoca Barreto – um dos gigantes da música potiguar da atualidade. Quem já
presenciou suas performances ao vivo comprovou que a guitarra é praticamente a
extensão de seu braço, tamanha a intimidade do artista com o instrumento.
Perfeccionista, professor de muita gente que está tocando (e bem) por aí,
Manoca lança seu segundo disco solo sugestivamente intitulado “O som que
vem” neste próximo sábado (25) no auditório da Escola de Música da UFRN.
Compositor,
guitarrista e arranjador, Manoca Barreto pertence a uma geração de virtuoses da
música instrumental. Há dois anos ele lapida seu segundo disco, O Som que vem,
que será lançado neste sábado, no auditório da Escola de Música da UFRN
O show de lançamento terá duas sessões: às 19h e às 20h30,
com ingressos à venda por R$ 20 na hora ou antecipado na Ótica New Vision
(Midwal Mall). A noite virtuosa terá participação de Wigder Valle (voz),
Fernando Suassuna (bateria), Rogério Pitomba (bateria), Júnior Primata (baixo),
Airton Guimarães (baixo acústico), Eduardo Taufic (piano) e Anderson Pessoa
(saxofone).
Mesmo afirmando ter dado uma relaxada no quesito
perfeccionismo, Manoca trabalhou por dois anos neste novo álbum – o disco
anterior “Bom Sinal”, de 2005, consumiu pelo menos o dobro desse tempo até
ficar pronto. “Confesso que deixei a coisa fluir de maneira mais natural neste
novo trabalho, mas muitas vezes a demora decorre de minha atividade acadêmica –
minha prioridade são as aulas”, disse com sua tranquilidade característica.
“Este trabalho chegou ao seu momento de finalização, para mim, como uma grata
surpresa. A ideia da predominância das sonoridades acústicas, somadas aos
recursos tecnológicos disponíveis, aconteceu naturalmente, e a harmonia dessa
interação é o reflexo do que penso hoje como pessoa e como artista”, avalia
Barreto.
O músico também acumula no currículo o CD “Tempo Bom”,
gravado em 2009 com o Caninga Trio ao lado do baixista Mário Cavalcanti Júnior
‘Primata’ e do saxofonista paraibano Heleno ‘Costinha’ Feitosa. “O Caninga é um
projeto muito especial pra mim, pois além da amizade há uma química musical
fantástica. E como nem sempre encontramos tempo para se dedicar ao trio,
dizemos que somos ‘caningados’ em manter o grupo funcionando”, brinca. Manoca
Barreto é, desde 1998, professor de Guitarra Elétrica, Prática de Conjunto e
Harmonia Funcional e Improvisação da EMUFRN.
Entre o jazz e as raízes
Diferente do primeiro disco solo, que reuniu músicas de
várias épocas, em “O som que vem” Manoca priorizou composições recentes. São
dez ao todo, que flertam com a cadência
brasileira e a sofisticação do jazz. Exclusivamente instrumental, este disco
traz pelo menos três detalhes que merecem destaque: o primeiro é a presença da
voz do cantor Wigder Valle em duas faixas; Wigder não canta, até por quê não há
letra, faz vocalizações na música que dá nome ao disco e em “Quando acontece”.
“É uma das melhores vozes que conheço, as músicas ganharam um brilho especial
com essa participação”, garante Manoca.
O segundo detalhe diz respeito à rendição de Manoca ao violão
de nylon, instrumento feito sob medida pelo luthier natalense Fraterno Brito.
“Sempre fui do time da guitarra, mas quando peguei esse violão comecei a
dedilhar o que viria a ser a introdução de ‘O som que vem’, por isso esse
título”, explica. A guitarra que Manoca Barreto usou durante a entrevista concedida
ao VIVER é outra pérola: nada de grife famosa ou multinacional, a guitarra
híbrida de sonoridade semi-acústica que possui saída extra para emular um
violão de aço foi construída na fábrica Cast do luthier Josino Saraiva em São
Paulo. Por último, um detalhe afetivo importante, é a dedicatória que o músico
faz a mãe em “Tudo que eu queria”. “Nem preciso dizer o tanto que ela
representa, é a mãe que eu queria se fosse para escolher”.
Quem não puder ir ao lançamento, pode adquirir o novo CD de
Manoca nas livrarias Cooperativa Universitária e Potylivros, banca Cidade do
Sol, lojas de instrumentos musicais (Musical Som e Luz, Natal Groove e Arte
Musical), pela internet está disponível no iTunes e na Amazon.
Serviço
Show de lançamento do
disco “O som que vem”, de Manoca Barreto. Sábado (25), às 19h e às 20h30, no
auditório da Escola de Música da UFRN. Preço: R$ 20. Tel: 3231-4443.
Yuno Silva, in www.tribunadonorte.com.br, de 23/05/2013
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