quinta-feira, 23 de maio de 2013

O som que vem de dentro

Compositor criativo, instrumentista virtuoso, arranjador de mão cheia. Não faltam adjetivos para qualificar o som que brota dos dedos de Manoca Barreto – um dos gigantes da música potiguar da atualidade. Quem já presenciou suas performances ao vivo comprovou que a guitarra é praticamente a extensão de seu braço, tamanha a intimidade do artista com o instrumento. Perfeccionista, professor de muita gente que está tocando (e bem) por aí, Manoca lança seu segundo disco  solo sugestivamente intitulado “O som que vem” neste próximo sábado (25) no auditório da Escola de Música da UFRN. 

Compositor, guitarrista e arranjador, Manoca Barreto pertence a uma geração de virtuoses da música instrumental. Há dois anos ele lapida seu segundo disco, O Som que vem, que será lançado neste sábado, no auditório da Escola de Música da UFRN
Compositor, guitarrista e arranjador, Manoca Barreto pertence a uma geração de virtuoses da música instrumental. Há dois anos ele lapida seu segundo disco, O Som que vem, que será lançado neste sábado, no auditório da Escola de Música da UFRN

O show de lançamento terá duas sessões: às 19h e às 20h30, com ingressos à venda por R$ 20 na hora ou antecipado na Ótica New Vision (Midwal Mall). A noite virtuosa terá participação de Wigder Valle (voz), Fernando Suassuna (bateria), Rogério Pitomba (bateria), Júnior Primata (baixo), Airton Guimarães (baixo acústico), Eduardo Taufic (piano) e Anderson Pessoa (saxofone).
Mesmo afirmando ter dado uma relaxada no quesito perfeccionismo, Manoca trabalhou por dois anos neste novo álbum – o disco anterior “Bom Sinal”, de 2005, consumiu pelo menos o dobro desse tempo até ficar pronto. “Confesso que deixei a coisa fluir de maneira mais natural neste novo trabalho, mas muitas vezes a demora decorre de minha atividade acadêmica – minha prioridade são as aulas”, disse com sua tranquilidade característica. “Este trabalho chegou ao seu momento de finalização, para mim, como uma grata surpresa. A ideia da predominância das sonoridades acústicas, somadas aos recursos tecnológicos disponíveis, aconteceu naturalmente, e a harmonia dessa interação é o reflexo do que penso hoje como pessoa e como artista”, avalia Barreto.
O músico também acumula no currículo o CD “Tempo Bom”, gravado em 2009 com o Caninga Trio ao lado do baixista Mário Cavalcanti Júnior ‘Primata’ e do saxofonista paraibano Heleno ‘Costinha’ Feitosa. “O Caninga é um projeto muito especial pra mim, pois além da amizade há uma química musical fantástica. E como nem sempre encontramos tempo para se dedicar ao trio, dizemos que somos ‘caningados’ em manter o grupo funcionando”, brinca. Manoca Barreto é, desde 1998, professor de Guitarra Elétrica, Prática de Conjunto e Harmonia Funcional e Improvisação da EMUFRN.
Entre o jazz e as raízes
Diferente do primeiro disco solo, que reuniu músicas de várias épocas, em “O som que vem” Manoca priorizou composições recentes. São dez ao todo, que flertam com a cadência brasileira e a sofisticação do jazz. Exclusivamente instrumental, este disco traz pelo menos três detalhes que merecem destaque: o primeiro é a presença da voz do cantor Wigder Valle em duas faixas; Wigder não canta, até por quê não há letra, faz vocalizações na música que dá nome ao disco e em “Quando acontece”. “É uma das melhores vozes que conheço, as músicas ganharam um brilho especial com essa participação”, garante Manoca.
O segundo detalhe diz respeito à rendição de Manoca ao violão de nylon, instrumento feito sob medida pelo luthier natalense Fraterno Brito. “Sempre fui do time da guitarra, mas quando peguei esse violão comecei a dedilhar o que viria a ser a introdução de ‘O som que vem’, por isso esse título”, explica. A guitarra que Manoca Barreto usou durante a entrevista concedida ao VIVER é outra pérola: nada de grife famosa ou multinacional, a guitarra híbrida de sonoridade semi-acústica que possui saída extra para emular um violão de aço foi construída na fábrica Cast do luthier Josino Saraiva em São Paulo. Por último, um detalhe afetivo importante, é a dedicatória que o músico faz a mãe em “Tudo que eu queria”. “Nem preciso dizer o tanto que ela representa, é a mãe que eu queria se fosse para escolher”.
Quem não puder ir ao lançamento, pode adquirir o novo CD de Manoca nas livrarias Cooperativa Universitária e Potylivros, banca Cidade do Sol, lojas de instrumentos musicais (Musical Som e Luz, Natal Groove e Arte Musical), pela internet está disponível no iTunes e na Amazon.
Serviço
Show de lançamento do disco “O som que vem”, de Manoca Barreto. Sábado (25), às 19h e às 20h30, no auditório da Escola de Música da UFRN. Preço: R$ 20. Tel: 3231-4443.
Yuno Silva, in www.tribunadonorte.com.br, de 23/05/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário