Você
nunca saberá que sua alma viaja, como um coração abrigado no fundo
do meu coração, e que nada, nem o tempo, nem outros amores, nem a
idade, jamais fará com que você deixe de existir em mim.
Que
toda a beleza do mundo carrega o seu rosto, vive da sua doçura,
brilha com sua luz, e que o lago pensativo ao fundo da paisagem me
devolve a sua serenidade.
Você
nunca saberá que levo sua alma como uma lâmpada de ouro que me
ilumina ao caminhar; e que um pouco de sua voz ecoa no meu canto.
Doce
chama, seus raios, doce brasa, seu fogo, me mostram os caminhos que
você seguiu, e você vive um pouco, porque eu sobrevivo a você.
Marguerite Yourcenar, em Memórias de Adriano
Dedido este Poema a Claudia Capello, onde ela estiver.
ResponderExcluirTambém dedico este poema ao amor de minha vida. Tão longe de mim, fisicamente, mas dentro do meu coração e da minha alma para sempre!
ResponderExcluirEsse poema está na obra "Les Charités d’Alcippe" (também da mesma autora) e não em Mémorias de Adriano. O texto completo abaixo:
ResponderExcluirVous ne saurez jamais que votre âme voyage
Comme au fond de mon cœur un doux cœur adopté
Et que rien, ni le temps, d’autres amours, ni l’âge
N’empêcheront jamais que vous ayez été
Que la beauté du monde a pris votre visage,
Vit de votre douceur, luit de votre clarté,
Et que le lac pensif au fond du paysage
Me redit seulement votre sérénité.
Vous ne saurez jamais que j’emporte votre âme
Comme une lampe d’or qui m’éclaire en marchant
Qu’un peu de votre voix a passé dans mon chant.
Doux flambeau, vos rayons, doux brasier, votre flamme
M’instruisent des sentiers que vous avez suivis,
Et vous vivez un peu puisque je vous survis