sábado, 9 de novembro de 2019

Tédios

O terrível tédio da ginástica sueca que nos obrigavam a fazer na infância vinha da aparente falta de finalidade de seus movimentos. Mas a troco de quê? — a gente perguntava-se...
Era como se estivéssemos abatendo árvores de vento ou apanhando penosamente pedras invisíveis no chão e depois sustentando no ar sua cansativa falta de peso.
O melhor, moçada, o que entusiasma é rachar árvores de verdade — assim como o que dá sentido ao trabalho da poesia é fazer poemas que não sejam concretistas.
Mário Quintana, in A vaca e o hipogrifo

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