O
terrível tédio da ginástica sueca que nos obrigavam a fazer na
infância vinha da aparente falta de finalidade de seus movimentos.
Mas a troco de quê? — a gente perguntava-se...
Era
como se estivéssemos abatendo árvores de vento ou apanhando
penosamente pedras invisíveis no chão e depois sustentando no ar
sua cansativa falta de peso.
O
melhor, moçada, o que entusiasma é rachar árvores de verdade —
assim como o que dá sentido ao trabalho da poesia é fazer poemas
que não sejam concretistas.
Mário
Quintana, in A vaca e o hipogrifo
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