Os Beatles em turnê com Roy Orbison e
Gerry and the Pacemakers. Reino Unido, 1963
From Me to You
De John Lennon e Paul McCartney
Single, 1963
If there’s anything that you want
If there’s anything I can do
Just call on me and I’ll send it
along
With love from me to you
I’ve got everything that you want
Like a heart that’s oh so true
Just call on me and I’ll send it
along
With love from me to you
I got arms that long to hold you
And keep you by my side
I got lips that long to kiss you
And keep you satisfied
If there’s anything that you want
If there’s anything I can do
Just call on me and I’ll send it
along
With love from me to you
From me
To you
Just call on me and I’ll send it
along
With love from me to you
I got arms that long to hold you
And keep you by my side
I got lips that long to kiss you
And keep you satisfied
If there’s anything that you want
If there’s anything I can do
Just call on me and I’ll send it
along
With love from me to you
To you
To you
To you
John e eu ainda morávamos nas casas
de nossas famílias quando os Beatles começaram a gravar discos, e
nos ocorreu que deveríamos tentar nos comunicar com as nossas fãs.
Só queríamos que mais e mais pessoas gostassem de nós. Era
emocionante saber que as pessoas gostavam da gente e se esforçavam
para nos mostrar isso, por exemplo, escrevendo cartas para nós.
Resumimos os nossos esforços de alcançar as fãs numa de nossas
primeiras canções, chamada “Thank You, Girl”, que Chrissie
Hynde (mais tarde do The Pretenders), ouviu em Akron, Ohio.
Todas as nossas primeiras composições
traziam pronomes pessoais nos títulos. Primeiro single: “Love Me
Do”; segundo single: “Please Please Me”; em seguida, “From Me
to You” – nessa conseguimos colocar dois! Depois vieram “She
Loves You” e “I Want to Hold Your Hand”. Era tudo muito
pessoal, então alcançávamos a todos que ouviam a canção.
“Love Me Do” fazia uma súplica
muito pessoal: “Love, love me do/ You know I love you”.
“Please Please Me” foi nosso primeiro hit número um na
Inglaterra. E depois veio esta canção, “From Me to You”.
Lançávamos mão de todos os truques possíveis. Uma introdução
cativante para cantar junto; você nem precisa saber a letra e pode
cantar junto com ela. Essas canções realçam a sonoridade da gaita
de boca de John. Ela brilhou em “Love Me Do” e agora reaparece em
“From Me to You”. A ideia de enviar uma carta sempre foi muito
importante no rock’n’roll. Para citar apenas duas: “Please Mr.
Postman” e “Return to Sender”.
Quando compusemos esta canção,
estávamos em turnê com Roy Orbison. Passamos o mês inteiro
viajando no mesmo ônibus, que estacionava em algum lugar para que o
pessoal tomasse uma xícara de chá e comesse algo, e John e eu
tomávamos uma xícara de chá e voltávamos ao ônibus para fazer
alguma composição. É uma imagem especial para mim, aos 21 anos,
andar pelo corredor do ônibus e ver Roy Orbison lá no fundão, de
traje preto e óculos escuros, dedilhando seu violão e compondo
“Pretty Woman”. Existia uma camaradagem, e inspirávamos uns aos
outros, o que sempre é uma coisa adorável. Ele tocou a canção
para nós, e dissemos: “Essa é das boas, Roy. Excelente”. E
então dissemos: “Bem, que tal esta?”, e tocamos “From Me to
You”. Uma espécie de momento histórico, no fim das contas.
O nosso forte sempre foram os acordes
básicos. Se você estivesse em Dó, seria Dó, Lá menor, Fá e Sol;
esses seriam os acordes, e você realmente não os variava. Não era
preciso variar, porque eram tantas as permutações possíveis que
você poderia compor muitas canções e todas elas soariam bem
diferentes, apenas mudando a sequência. É um fascínio infinito.
Mas, nesta canção, quando entramos no contraste – “I got
arms that long to hold you” – esse acorde entra na sequência
de Dó, Lá menor, Fá, Sol e chega ao Sol menor. Após compormos
esta, eu me lembro de ter pensado: “Agora estamos chegando a algum
lugar”.
Paul McCartney, em As Letras: 1956 até o presente

Nenhum comentário:
Postar um comentário