terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Envoi

Vai, meu canto,
Dizer a quem te escute desta dor
Severa como as coisas longevivas
Prometem ser, troféus de heróis do olvido;
Vai dizer-lhes
Da dança que dançamos, rito ardente,
E do barro fiel donde extraímos vida
Mais casta que as ideias passageiras,
Ornatos da tormenta...
E dize-lhes do eterno,
Do rubro que inda jaz sobre os mosaicos
Onde o dourado é morto...

Vai, meu canto,
Eu te sigo em segredo, por bizarros ouvidos:
Como um rei que mandou seu segrel para a guerra
E o vê partir de longe, do alto das seteiras…
Mário Faustino

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