Mais
ou menos há 4000 anos, calcula-se, deve ter surgido o abecedário
que os fenícios, com base em sinais de outros povos, sistematizaram
e que foi acolhido e sucessivamente modificado pelas populações,
sobretudo do Mediterrâneo do Norte.
É
fácil compreender a palavra: a+be+ce+de a que os latinos
acrescentaram o sufixo ariu(m) que designa “conjunto, lista
de” (recorde-se, por exemplo, “noticiário”, “calendário”,
“bestiário”, etc.).
Comum
é sinonimizar-se “abecedário” com “alfabeto”, o que é
legítimo em termos linguísticos e de funções, mas que não tem a
ver com a nossa escrita. Realmente, “alfabeto” é a lista dos
caracteres gregos, formada pelas duas primeiras letras, o alfa
e o beta. “Alfabeto” aproxima-se, sim, dos abecedários
árabes (alifato) e hebreu (alefato). Mas foi de
“alfabeto” que, na nossa língua, se formou o vocábulo que
nomeia aquele que não sabe ler nem escrever, “analfabeto”.
Orlando Loureiro Neves, em Dicionário da origem das palavras
Nenhum comentário:
Postar um comentário