terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Abecedário



Mais ou menos há 4000 anos, calcula-se, deve ter surgido o abecedário que os fenícios, com base em sinais de outros povos, sistematizaram e que foi acolhido e sucessivamente modificado pelas populações, sobretudo do Mediterrâneo do Norte.
É fácil compreender a palavra: a+be+ce+de a que os latinos acrescentaram o sufixo ariu(m) que designa “conjunto, lista de” (recorde-se, por exemplo, “noticiário”, “calendário”, “bestiário”, etc.).
Comum é sinonimizar-se “abecedário” com “alfabeto”, o que é legítimo em termos linguísticos e de funções, mas que não tem a ver com a nossa escrita. Realmente, “alfabeto” é a lista dos caracteres gregos, formada pelas duas primeiras letras, o alfa e o beta. “Alfabeto” aproxima-se, sim, dos abecedários árabes (alifato) e hebreu (alefato). Mas foi de “alfabeto” que, na nossa língua, se formou o vocábulo que nomeia aquele que não sabe ler nem escrever, “analfabeto”.

Orlando Loureiro Neves, em Dicionário da origem das palavras

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