Brasileiro
adora mito, lenda, fábula, conto-do-vigário. Tá no sangue. A
consequência natural disso é uma verdadeira febre de adaptações.
Do programa de computador à escopeta, modéstia à parte, a gente
adaptamos de tudo. Visando aumentar a confusão reinante, eis aqui
minha contribuição a esse lamentável estado de coisas: novas
adaptaciones da mitologia!
Antes
das coisas serem criadas havia o Caos, também conhecido como José
Sarney. Sarney teve dois filhos com a ninfa Cafona, protetora do
laquê: Prometeu-tem-que-cumprir e Ajoelhou-tem-que-rezar, ambos
derrotados na disputa ao governo do Maranhão. Prometeu, rei do
nepotismo, fez o homem a fim de preencher as vagas de ascensorista do
Senado. Ao contrário dos animais, fê-lo(ui) ereto, pra poder se
curvar diante dos poderosos, e de olhos altivos, pra olhar balão e
bunda de mulher subindo escada. Prometeu era um dos Titãs, ao lado
de Arnaldo Antunes e Toni Bellotto. Os pobres mortais odiavam os
Titãs porque um deles namorava a Malu Mader. O outro nome de
Ajoelhou era Epimeteu, que dotou os animais de presas, garras,
colarinho branco e fundou a Fiesp. Epimeteu fez muitos gastos
inúteis, o que levou Jair Meneguelli a declarar:
– Não
sento na mesa de negociações do pacto com esse cara.
Prometeu,
percebendo o começo da orgia na ciranda financeira, associou-se à
Minerva numa fábrica de sabão em pó. Epimeteu, bicão e
oportunista pra caramba, perguntou ao irmão:
– Que
qui eu faço nessa boca?
Prometeu
inventou no ato a proverbial resposta:
– Vá
lamber sabão!
Ah,
ia esquecendo: a filha do Caos virou Musa.
Aldir Blanc, in Brasil passado a sujo
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