O
que estão dizendo? Que querem
vida
eterna? Seus pensamentos são mesmo
tão
arrebatadores assim? Com certeza
não
olham para nós, não nos ouvem,
em
sua pele
mancha
de sol, pó
de
botões-de-ouro: estou falando
com
vocês, vocês que olham fixamente por entre
os
talos de grama alta agitando
o
pequeno guizo — Ó
alma!
alma! Basta
olhar
para dentro? Desdém
pela
humanidade é uma coisa, mas por que
desprezar
o vasto
campo,
seu olhar elevando-se acima das nítidas cabeças
dos
botões-de-ouro silvestres em direção a quê? Sua pobre
ideia
de céu: ausência
de
mudança. Melhor que a terra? Como
saberiam,
se não estão nem
aqui
nem lá, eretas entre nós?
Louise Glück (Tradução de Maria Lúcia Milléo Martins)
Nenhum comentário:
Postar um comentário