É
a dominação da grande empresa sobre os jornais e a relação de
concubinato entre a grande empresa e o governo de plantão. Tudo isso
forma uma cadeia de interesses cujo ponto final é o jornal. É
normal que o jornal se limite a informar, sem correr riscos. Quando
se arrisca, está suficientemente protegido para dar a opinião que
convém ao poder. Às vezes arrisca, se tem a expectativa de que o
poder será substituído. É a aposta no governo seguinte. Há sempre
uma relação perversa nesse trinômio Estado-empresa-jornal. Pode-se
dizer que, a rigor, já não existem jornais: o que há são empresas
jornalísticas.
José
Saramago, in As palavras de Saramago
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