São
tristes os meus dias com pedras
em
lugar de mãos
ou
a cabeça funda na brancura
de
través do travesseiro
e
o corpo depresso em moles guindastes.
São
dias de chorar por menos
ou
teimar queixoso com um crânio polido,
batuque
convexo
no
muro demorado.
Ficar
a ouvir o sangue,
o
som tubular do sangue. Ao vale seco
da
clavícula atrair a água, o sangue
e
sorver a sopa intestina
ou
se o líquido escapa à boca
tantálica,
calar com argila
o
que me pede água.
Ficar
a palpar os buracos
da
ausência, as ligas
da
ausência, as ribanceiras
a
que caem os pensamentos, a cor
dióspiro
que banha a enfermidade
e
em seguida tomar o pulso
evadido,
travar o touro, o soco da dor,
o
infinito infinitivo presente.
Uma
amálgama de alma
migra
no fôlego de modorrento
pregão
de dor, o condor
passa
e anda andino e é uma
traça
asfixiante: faço um céu rarefeito,
a
dispneia é um felino
que
arranha céus
e
a boca rebuliço espúmeo
expele
o sabor da morte
e
o que mais consiga cuspir
por
entre ovéns e enxárcias
e
traves quebradas.
É
uma desilusão com as coisas,
uma
desilusão funda com as coisas,
com
o vazio meio-cheio das coisas.
Meu
fôlego um fólio cheio
de
silêncio, uma catástrofe natural
um
vulcão: no meu pulmão pôr lava
e
no trovão treva.
Daniel
Jonas
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