Ninguém
tem qualquer interesse em saber isto; mas se eu tivesse de me
confessar socialmente, a síntese do meu desespero era esta: que
cheguei, em matéria de descrença no homem, à saturação.
E,
contudo, este perdido, este condenado, merece-me uma ternura tal, que
não há tolice que faça, asneira que invente, mentira que diga que
me deixem indiferente. Tenho por força de olhar, reparar, ouvir, e
comentar com toda a paixão de que sou capaz.
Miguel
Torga, in
Diário (1942)
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