segunda-feira, 21 de junho de 2021

Apelo à ignorância

 


Este tipo de argumento tenta convencer que algo é verdadeiro simplesmente porque não foi comprovado como falso. Assim, a ausência de prova é transformada em prova por ausência. Carl Sagan nos deu este exemplo: “Não há evidência definitiva de que os OVNIs não estejam visitando a Terra; portanto, os OVNIs existem.” De forma semelhante, antes de se descobrir como foram construídas as pirâmides, alguns concluíram que, na falta de prova em contrário, as estruturas teriam sido erguidas por um poder sobrenatural. Mas o fato é que o ônus da prova é sempre da pessoa que faz a alegação.
O posicionamento mais lógico seria questionar o que é mais provável, baseado nas evidências a partir de observações feitas ao longo do tempo. Ou seja: há probabilidade maior de que um objeto voando pelo céu seja um artefato construído pelo homem, algum fenômeno natural, ou alienígenas vindo de outro planeta? Como já observamos frequentemente os dois primeiros casos – e nunca discos voadores –, é muito mais razoável concluir que OVNIs não sejam extraterrestres vindo do espaço sideral.
Uma forma específica de apelo à ignorância é o argumento da incredulidade pessoal, onde a incapacidade de entender ou imaginar algo leva a pessoa a acreditar que aquilo é falso. Por exemplo: “É impossível imaginar que o homem realmente pisou na Lua, portanto, isso nunca aconteceu.” Diante de afirmações desse tipo, o ideal é uma resposta sarcástica, como: “É por isso que você não virou cientista da NASA.”

Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos

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