segunda-feira, 14 de junho de 2021

Generalização precipitada

 


Esta falácia é cometida quando alguém tira uma conclusão a partir de uma amostra pequena ou específica demais para ser representativa. Por exemplo, perguntar a 10 pessoas na rua o que elas pensam do plano do presidente para reduzir o déficit não é suficiente para medir o sentimento da nação inteira.
Embora convenientes, as generalizações precipitadas podem levar a resultados custosos e catastróficos. Por exemplo, é possível que uma conclusão errada de engenheiros tenha levado à explosão do foguete Ariane 5 durante seu primeiro voo-teste: o software de controle havia sido testado satisfatoriamente com o modelo anterior, Ariane 4, mas, infelizmente, aqueles testes não cobriram todos os cenários possíveis para o Ariane 5, portanto foi um erro presumir que a programação iria funcionar da mesma forma no modelo novo. Essas decisões cruciais dependem da habilidade de engenheiros e autoridades para argumentar e tirar conclusões, por isso é tão relevante aprender sobre este e outros exemplos na nossa discussão sobre falácias lógicas.
Outra forma de generalização apressada está no capítulo do lago de lágrimas no livro Alice no País das Maravilhas, onde Alice deduz que, como ela está boiando em água salgada, alguma estação de trem – e portanto ajuda – deve estar por perto: “Alice tinha ido à praia apenas uma vez na vida. E tinha chegado à conclusão de que, em qualquer lugar no litoral inglês, você encontraria cabines de banho, crianças cavando a areia com uma pá, uma fileira de casas de veraneio e, atrás disso tudo, uma estação de trem.” (Carroll)

Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos

Nenhum comentário:

Postar um comentário