sábado, 31 de julho de 2021
Exegese
Mário Quintana, in A rua dos cataventos
Camponês
“Sou um camponês que se disfarça suficientemente bem para poder viver na cidade sem olharem muito para mim.”
José Saramago, in As palavras de Saramago
Torto Arado / 10
Itamar Vieira Junior, in Torto Arado
Eva contra as almas deformadas
Eliane Brum, in A vida que ninguém vê
sexta-feira, 30 de julho de 2021
Saudade, sempre
Guimarães Rosa
Fubina
Rubem Alves, in O velho que acordou menino
Inventar meu porto
Bartolomeu Campos de Queirós, in Vermelho Amargo
Sobre padrões estéticos e mágoas
Ruth Manus, in Um dia ainda vamos rir de tudo isso
quinta-feira, 29 de julho de 2021
Nosso tempo / II
Carlos Drummond de Andrade
Apoie políticas educacionais afirmativas
Djamila Ribeiro, in Pequeno Manual Antirracista
O escolho de Montale
Italo Calvino, in Por que ler os clássicos
O sueco
Rubem Braga, in Recado de primavera
quarta-feira, 28 de julho de 2021
Lavoura Arcaica / 21
Prosternado à porta da capela, meu dorso curvo, o rosto colado na terra, minha nuca debaixo de um céu escuro, pela primeira vez eu me senti sozinho neste mundo; ah! Pedro, meu querido irmão, não importa em que edifício das idades, em alturas só alcançadas pelas setas de insetos raros, compondo cruzes em torno dessa torre, existe sempre marcado no cimo, pelo olho perscrutador de uma coruja paciente, a noite de concavidades que me espera; neste edifício erguido sobre colunas atmosféricas escorridas de resinas esquisitas, existe sempre nas janelas mais altas a suspensão de um gesto fúnebre; e existe a última janela de abertura debruçada para brumas rarefeitas e espectros incolores, ali onde instalo meus filamentos e minhas antenas, meus radares e minhas dores, captando o espaço e o tempo na sua visão mais calma, mais tranquila, mais inteira; eu nunca duvidei que existisse, com a mesma curvatura que rola, a mesma gravidade que cai, a mesma precária arquitetura, um translúcido hálito azul, a bolha derradeira, presente em cada folha amanhecida, em cada pena antes do voo, denso e pendente como orvalho; mas em vez de galgar os degraus daquela torre, eu poderia simplesmente abandonar a casa, e partir, deixando as terras da fazenda para trás; eram também coisas do direito divino, coisas santas, os muros e as portas da cidade.
Raduan Nassar, in Lavoura Arcaica
Etiqueta da floresta
Peter Wohllben, in A vida secreta das árvores: O que elas sentem e como se comunicam
O convidado agradece
Carlos Drummond de Andrade, in De notícias e não notícias faz-se a crônica
Apelo à hipocrisia
Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos
Aprendendo com as crianças
Marcelo Gleiser, in O caldeirão azul
segunda-feira, 26 de julho de 2021
O espreguiçoso
Mia Couto
São Paulo
Clarice Lispector, in Todas as crônicas