Os problemas do Brasil, as mesquinharias
de nossa vida pública, a miséria fundamental de nosso povo, todas
essas coisas de repente cansam e desanimam uma pessoa sensível.
Evandro Pequeno encontrou uma solução: “Eu sou um sueco em
trânsito.”
Não saber de nada, não entender uma
palavra do que estão dizendo e escrevendo por aí, não ter nada a
ver com nada, não se sentir responsável por nada (muito menos pela
famosa dívida externa), não ter vergonha de nada: ser um sueco em
trânsito.
E, se possível, como Evandro fazia,
tocar fagote.
Rubem Braga, in Recado de primavera
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