“Na
Terra tudo vive - e só o homem sente a dor e a desilusão da vida. E
tanto mais as sente, quanto mais alarga e acumula a obra dessa
inteligência que o torna homem, e que o separa da restante Natureza,
impensante e inerte. É no máximo de civilização que ele
experimenta o máximo de tédio. A sapiência, portanto, está em
recuar até esse honesto mínimo de civilização, que consiste em
ter um teto de colmo, uma leira de terra e o grão para nela semear.
Em resumo, para reaver a felicidade, é necessário regressar ao
Paraíso - e ficar lá, quieto, na sua folha de vinha, inteiramente
desguarnecido de civilização, contemplando o anho aos saltos entre
o tomilho, e sem procurar, nem com o desejo, a árvore funesta da
Ciência!”
Eça
de Queirós, in
Civilização
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