Aquiete-se
para ouvir o silêncio:
a
clorofila escorre pela haste,
a
sombra e o sol ecoam um contraste
de
quentes e frios na linha divisória.
Tente
escutar a história da brisa
quando
passa empurrando a bruma,
que,
tola, embaça a púrpura da rosa.
Faça
atenção ao momento de explosão
da
metamorfose
que
irrompe em grande dose
de
véus e açúcares.
Sinta
o cochilo dos nenúfares.
Se
conseguir atingir
o
ponto mais profundo da quietude,
vai
poder ouvir o coração do colibri.
Ele
bate minúsculo num peito passarinho.
A
Terra se mobiliza para entoar
uma
sonata azul em homenagem
a
esse músculo coberto de plumagem,
que
tão pequenininho é tão capaz de amar.
Flora
Figueiredo
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