Sou
uma casa completa.
Tenho
recantos em minhas
Dobras,
lareira e um belo
Jardim
de tulipas negras.
Também
sou uma caravela
Que
corre ruidosa e
Escorregadia
sobre os oceanos
Que
conduzem a novos
Continentes.
E
uma caneta macia de um
Garçom
orgulhoso; ele gosta
De
ouvir: – Que caneta boa!
Quando
assinam a conta.
Posso
ser os elásticos de
Pompom
nas chiquinhas de
Uma
menina que chora,
Chata,
no pátio ao lado.
Ou
um simples copo de água
Oferecido
a alguém que
Trouxe
uma pesada
Encomenda.
Quiçá
sou eu, sim, eu.
Eu
mesma. Sofisticada e
Demencial.
Essa que fala
Demais
e diz que te ama,
Que
não quer ir, e não quer
Ficar
aqui.
Esse
aqui que vaga e
Ressente.
Fernanda Young, em A mão esquerda de vênus
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