O
meu avô sempre dizia que o melhor da vida haveria de ser ainda um
mistério e que o importante era seguir procurando. Estar vivo é
procurar, explicava.
Quase
usava lupas e binóculos, mapas e ferramentas de escavação, igual a
um detective cheio de trabalho e talentos. Tinha o ar de um caçador
de tesouros e, de todo o modo, os seus olhos reluziam de uma riqueza
profunda. Percebíamos isso no seu abraço. Eu dizia: dentro do
abraço do avô. Porque ele se tornava uma casa inteira e acolhia.
Abraçar assim, talvez porque sou magro e ainda pequeno, é para mim
um mistério tremendo.
Valter Hugo Mãe, em As mais belas coisas do mundo
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