sábado, 2 de dezembro de 2023

O último crime da mala

Na mala que nem o Anjo da Guarda, nem o Delegado do Distrito, nem eu mesmo consigo encontrar, está a minha imagem única, fechada a chave — e a chave caída no fundo do mar!
Não adianta chamar escafandro, nem homens-rãs, nem a sereia mais querida, nem os atenciosos hipocampos, nada adianta.
E, por falar em querida, jamais se viu um crime tão perfeito:
Não existem vestígios de mim.

Mário Quintana, in Caderno H

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