Aquele
pequenino anel que tu me deste,
— Ai
de mim — era vidro e logo se quebrou
Assim
também o eterno amor que prometeste,
— Eterno!
era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil
penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo
da afeição que o tempo aniquilou, —
Aquele
pequenino anel que tu me deste,
— Ai
de mim — era vidro e logo se quebrou
Não
me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando
maldições contra aquilo que amou.
De
ti conservo no peito a saudade celeste
Como
também guardei o pó que me ficou
Daquele
pequenino anel que tu me deste.
Manuel Bandeira, in Antologia Poética
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