O
rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
– Antônia,
ainda não me acostumei com o seu corpo, com sua cara.
A
moça olhou de lado e esperou.
– Você
não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta
listrada?
A
moça se lembrava:
– A
gente fica olhando...
A
meninice brincou de novo nos olhos dela.
O
rapaz prosseguiu com muita doçura:
– Antônia,
você parece uma lagarta listrada.
A
moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O
rapaz concluiu:
– Antônia,
você é engraçada! Você parece louca.
Manuel Bandeira, in Antologia Poética
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