No
meio das barracas tem a moça morta. Podem apostar que, à exceção
de um ou outro parente, vamos esquecer esse acontecimento na vida de
nossas retinas tão fatigadas. Não temos, é pena, a memória do
poeta.
Ridículo
transformar o pivete Maguinho, que nada tem de seu, a não ser o
calção e o revólver, num Al Capone de Xou da Xuxa, num micro
Cara-de-Cavalo, num pequeno Ministro da Indústria e Comércio.
Quem
armou o garoto? Mãos semelhantes às das pessoas, justamente
indignadas ou não, que pensam em subir o morro e dar porrada. Mais
porrada? E o que, depois? Arame farpado, holofotes, quem sabe os
fornos?
Não
falei em pastores alemães porque já temos os nossos, latindo e
vendendo candidaturas com a Bíblia na mão.
A
África do Sul é aqui.
O
verão tem chegado assim: corpos rolando na enxurrada, mestres-salas
assassinados nos ensaios, barcos afundando enquanto comodoros
comodistas não largam a taça pra prestar socorro, mortes na
praia...
O
Haiti é aqui.
Pra
quem viver: verão. Gostaríamos que a alegria reinasse. Qual é a
saída? Votar no Bozo?
No
meio das barracas tem a moça morta.
Aldir Blanc, in Brasil passado a sujo
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