Água
esparramada em cristal,
buraco
de concha,
segredarei
em teus ouvidos
os
meus tormentos.
Apareceu
qualquer cousa
em
minha vida toda cinza,
embaçada,
como água
esparramada
em cristal.
Ritmo
colorido
dos
meus dias de espera,
duas,
três, quatro horas,
e
os teus ouvidos
eram
buracos de concha,
retorcidos
no
desespero de não querer ouvir.
Me
fizeram de pedra
quando
eu queria
ser
feita de amor.
Hilda Hilst, in Baladas
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