Meu
bonde passa por ali. Pela sua esquina, apenas.
É
uma ruazinha tão discreta que logo faz uma curva e o olhar não pode
devassá-la. Não lhe sei o nome, nem nunca andei por ela. Mas faz
anos que me vem alimentando de mistério. Se eu fosse lá,
encontraria alguns poetas: o Marcelo, o Wamosy, o Juca... todos
mortos de há muito, todos no mesmo bar. Ah! ruazinha... ruazinha que
leva à Babilônia, eu sei... ao porto inventado de Stargiris... a
regiões entressonhadas a medo.
Mário Quintana, in Sapato florido
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