Naquela
mistura
fumegante
e colorida
que
a pá
não
para de agitar
vê-se
o
infinito olhar de um moribundo
o
primeiro olhar de um primeiro amor
um
trem a passar numa gare deserta
uma
estrela remota um pince-nez perdido
o
sexo do outro sexo
a
mágica de um santo carregando sua própria cabeça
e
de tudo
finalmente
evola-se
o poema daquele dia
— que
fala em coisa muito diferente…
Mário Quintana, in Esconderijos do tempo
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