sábado, 14 de agosto de 2021

Raciocínio circular

 


O raciocínio circular é um dos quatro tipos de argumentos falaciosos conhecidos como petição de princípio (Damer), em que a conclusão é tomada, implícita ou explicitamente, em uma ou mais das premissas. No raciocínio circular, ou a conclusão aparece de forma óbvia como premissa, ou – como é mais comum – é uma repetição da premissa, mas usando palavras diferentes. Por exemplo: “Você está completamente equivocado, pois o que falou não faz o menor sentido.” Nesse caso, as duas proposições significam a mesma coisa, já que estar errado e não fazer sentido têm o mesmo significado nesse contexto. O argumento está simplesmente afirmando que “por causa de x, portanto x”, o que não significa nada.

O argumento circular às vezes depende de premissas não declaradas, o que pode torná-lo mais difícil de detectar. Considere alguém que diz a um ateu que ele deveria acreditar em Deus porque, do contrário, irá para o inferno. A premissa não declarada por trás de alguém ir para o inferno é a de que existe um Deus capaz de mandá-lo para lá. Portanto, a premissa “existe um Deus que manda os descrentes para o inferno” é usada para apoiar a conclusão de que “Deus existe”. É como disse o comediante Josh Thomas à personagem Peg no seriado da TV australiana Please Like Me: “Você não pode ameaçar um ateu com o inferno, Peg. Não faz nenhum sentido. É como um hippie ameaçando socar a sua aura.”

Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos

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