O argumento ad
hominem (do latim “ao homem”) ataca a pessoa,
em vez da opinião que ela está dando, com a intenção de desviar a
discussão e desacreditar a proposta desse oponente. Por exemplo:
“Você não é historiador; por que não se atém aos assuntos da
sua área?” O fato de alguém não ser historiador não tem
qualquer impacto no mérito de seu argumento – a não ser em um
caso em que somente historiadores possam estar corretos sobre o
assunto –, portanto, isso não reforça em nada a posição do
atacante.
Esse tipo de ataque pessoal é o ad
hominem ofensivo. Há um segundo tipo, o ad hominem
circunstancial, que ataca a pessoa por motivos cínicos, geralmente
ao fazer um juízo negativo de suas intenções. Por exemplo: “Você
não se importa realmente em reduzir o crime na cidade. Quer apenas
que as pessoas votem em você.” Mas mesmo que uma pessoa se
beneficie (no caso, com votos) com a aceitação de seu argumento,
isso não significa que a ideia seja necessariamente ruim ou
incorreta.
Um ataque ad hominem às vezes
consegue desviar o assunto ao rebaixar o debate a uma troca de
falácias tu quoque. Por exemplo, John diz: “Este homem está
errado porque não tem integridade; pergunte a ele por que foi
demitido de seu último emprego”, ao que Jack retruca: “Que tal
se falarmos do bônus substancial que você recebeu ano passado,
apesar dos cortes de metade do pessoal na sua empresa?” Nesse
ponto, a discussão já foi completamente desvirtuada. Dito isso,
realmente existem algumas situações em que é legítimo questionar
a credibilidade de uma pessoa, como durante um depoimento judicial.
Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos
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