quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Ad hominem

 


O argumento ad hominem (do latim “ao homem”) ataca a pessoa, em vez da opinião que ela está dando, com a intenção de desviar a discussão e desacreditar a proposta desse oponente. Por exemplo: “Você não é historiador; por que não se atém aos assuntos da sua área?” O fato de alguém não ser historiador não tem qualquer impacto no mérito de seu argumento – a não ser em um caso em que somente historiadores possam estar corretos sobre o assunto –, portanto, isso não reforça em nada a posição do atacante.
Esse tipo de ataque pessoal é o ad hominem ofensivo. Há um segundo tipo, o ad hominem circunstancial, que ataca a pessoa por motivos cínicos, geralmente ao fazer um juízo negativo de suas intenções. Por exemplo: “Você não se importa realmente em reduzir o crime na cidade. Quer apenas que as pessoas votem em você.” Mas mesmo que uma pessoa se beneficie (no caso, com votos) com a aceitação de seu argumento, isso não significa que a ideia seja necessariamente ruim ou incorreta.
Um ataque ad hominem às vezes consegue desviar o assunto ao rebaixar o debate a uma troca de falácias tu quoque. Por exemplo, John diz: “Este homem está errado porque não tem integridade; pergunte a ele por que foi demitido de seu último emprego”, ao que Jack retruca: “Que tal se falarmos do bônus substancial que você recebeu ano passado, apesar dos cortes de metade do pessoal na sua empresa?” Nesse ponto, a discussão já foi completamente desvirtuada. Dito isso, realmente existem algumas situações em que é legítimo questionar a credibilidade de uma pessoa, como durante um depoimento judicial.

Ali Almossawi, in O livro ilustrado dos maus argumentos

Nenhum comentário:

Postar um comentário