terça-feira, 17 de setembro de 2019

Conto azul

Da última vez em que estive por lá, vi passarem de um lado para outro algumas almas com as suas alvas túnicas regimentais. Até aí nada de novo. Mas, dentre elas, havia algumas que traziam gravados a negro, nas costas, uns algarismos romanos. E foi assim que vi o IV, o XI, o XV, o IX...
Não me contive:
Vai haver alguma corrida? — indaguei ao Anjo que se achava de guarda.
Pssst! — fez ele, levando imperiosamente o dedo ao lábio. E baixinho, para que o XVI que então passava não nos ouvisse: — Mais respeito, seu moço! São os Luíses de França…
Mário Quintana, in A vaca e o hipogrifo

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