Contra
o tempo (se este tempo vier)
Quando
rejeitares os meus defeitos,
Quando
o teu amor fizer o seu maior lance,
Chamada
a explicar-se por teu respeito;
Contra
o tempo quando passares como estranha,
E
mal me cumprimentares com o teu olhar em fogo,
Quando
o amor transformado daquilo que era
Encontrar
motivos de reconhecida gravidade;
Contra
esse tempo, eu me protejo
Conhecendo
os meus próprios desígnios,
E,
assim, contra mim ergo a minha mão,
Para
resguardar as tuas razões de direito.
Para
me deixares, pobre de mim, empregas a força da lei,
Pois,
a razão do amor, não posso alegar os meus motivos.
William
Shakespeare (Tradução de Thereza Christina Rocque da Motta)
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