Borboletas já
trocam as árvores por mim.
Insetos
me desempenham.
Já
posso amar as moscas como a mim mesmo.
Os
silêncios me praticam.
De
tarde um dom de latas velhas se atraca
em
meu olho
Mas
eu tenho predomínio por lírios.
Plantas
desejam a minha boca para crescer
por
de cima.
Sou
livre para o desfrute das aves.
Dou
meiguice aos urubus.
Sapos
desejam ser-me.
Quero
cristianizar as águas.
Já
enxergo o cheiro do sol.
Manoel
de Barros
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