quarta-feira, 7 de junho de 2017

Ode

Esta manhã o ar estava cheio de anjos”
e sua súbita beleza era quase invisível

A manhã era os mesmos e transparentes anjos
e seus frágeis caminhos eram quase visíveis

Agora é noite e um anjo desgarrado
debate-se impotente no pegajoso mar

Numa praia distante suas asas são algas
e misteriosamente a noite está deserta

Ouço o teu canto pobre anjo decaído
mas estou preso e o abutre me contempla

Por que amaldiçoas quem imortal te fez?
a manhã não tem culpa se não vem nunca
mais cheia de anjos indecisos caminhando
sem pés sobre os caminhos do ar

Por que o desespero alma esquecida?
É teu consolo o teres sido um anjo.
Mário Faustino

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