Quem
fez esta manhã, quem penetrou
À
noite os labirintos do tesouro,
Quem
fez esta manhã predestinou
Seus
temas a paráfrases do touro,
As
traduções do cisne: fê-la para
Abandonar-se
a mitos essenciais,
Desflorada
por ímpetos de rara
Metamorfose
alada, onde jamais
Se
exaure o deus que muda, que transvive.
Quem
fez esta manha fê-la por ser
Um
raio a fecundá-la, não por lívida
Ausência
sem pecado e fê-la ter
Em
si princípio e fim: ter entre aurora
E
meio-dia um homem e sua hora.
Mário
Faustino
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